Em meio às transformações no setor energético e à crescente demanda por fontes mais sustentáveis, a indústria do carvão busca se reinventar ao investir em educação e qualificação profissional. Com programas voltados à transição energética justa, mineradoras e entidades do setor capacitam trabalhadores para novas funções, conciliando tradição e inovação no mercado de trabalho.
No Sul de Santa Catarina, o setor carbonífero tem mais de um século de atividade e é um dos principais pilares da economia local. Segundo dados do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (SIECESC), o segmento mobiliza mais de R$ 6 bilhões de reais anualmente e gera mais de 21 mil empregos diretos e indiretos em cerca de 15 municípios da região.
De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), mais de 800 jovens obtiveram formação técnica em cursos que contam com o apoio de empresas do setor carbonífero. Além de cursos técnicos em Mineração, as áreas de Segurança do Trabalho, Mecânica e Eletrotécnica também formam profissionais capacitados para atuar no segmento.
A Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão (SATC), fundada em 1959, é um dos principais legados da indústria do carvão em Santa Catarina. Com sede em Criciúma, a entidade foi criada com o objetivo de atender aos trabalhadores do setor, mas, pouco depois do início de suas atividades, passou a atuar também como uma instituição de ensino.
A SATC, que já ofereceu ensino profissionalizante apenas para homens, começou a admitir mulheres na década de 1970 e, desde então, ampliou sua oferta de cursos, incluindo ensino superior em parceria com o SENAI. Atualmente, a instituição é reconhecida por sua contribuição na formação de profissionais qualificados.
Em um esforço para promover a equidade de gênero no setor, os Ministérios das Mulheres e de Minas e Energia assinaram, em 2024, o Pacto Nacional por Mais Mulheres na Energia e na Mineração. A iniciativa visa garantir paridade de gênero em cargos de liderança e incentivar a formação técnica de mulheres. A Diamante Energia, por exemplo, realiza workshops voltados para mulheres, buscando desmistificar a ideia de que o trabalho na indústria é exclusivamente masculino.