Especialistas em segurança digital consideram o ataque cibernético que atingiu ao menos seis instituições financeiras um dos mais graves já registrados no Brasil. Segundo o Banco Central do Brasil (BC), a C&M Software (CMSW) — uma empresa de tecnologia que conecta bancos menores aos sistemas PIX do BC — reportou um ataque às suas infraestruturas.
De acordo com a companhia, criminosos usaram credenciais, como senhas, de seus clientes para tentar acessar seus sistemas e serviços de forma fraudulenta. Isso permitiu o acesso indevido a informações e contas de reserva das instituições financeiras.
“Tudo indica que esse foi o maior ataque do tipo já registrado no Brasil, embora ainda falte a divulgação do valor final. A sensação é de que, sim, estamos diante do maior caso”, afirma Micaella Ribeiro, especialista em segurança digital.
Thiago Bordini, gerente de cibersegurança da Logical IT, também acredita que este é o maior ataque já registrado no país, mas ressalta a falta de informações claras sobre como o incidente ocorreu. Hiago Kin, presidente do Instituto Brasileiro de Resposta a Incidentes Cibernéticos (IBRINC), reforça que “é, de longe, o maior”.
Embora as instituições tenham indicado que não houve danos às contas e informações de seus clientes, especialistas alertam para os impactos significativos no sistema financeiro. A perda financeira estimada é de R$ 800 milhões, e Micaella Ribeiro destaca três tipos de impacto: reputacional, sistêmico e operacional.
Segundo Hiago Kin, esse tipo de crime em grande escala costuma ocorrer duas ou três vezes por ano, mas a repercussão deste ataque foi maior devido ao envolvimento de múltiplas instituições.
