A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil e se declarou residente na Europa, 20 dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão. A condenação se deu por sua participação na orientação da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Procuradoria-Geral da República (PGR) não descarta a possibilidade de um pedido de prisão preventiva, caso se conclua que a saída de Zambelli teve a intenção de driblar a Justiça.
Juristas como Gustavo Sampaio afirmam que, se a intenção da deputada for considerada a de evitar a aplicação da lei penal, ela poderá ser considerada foragida e ter sua prisão decretada. Além disso, pode ser incluída na lista de procurados da Interpol.
Zambelli afirmou em vídeo que sua viagem foi inicialmente para tratamento médico, mas decidiu permanecer no exterior. Ela não revelou o país exato de sua localização, mas indicou que ficará na Europa. A defesa da deputada anunciou que continuará a recorrer da condenação, embora um dos advogados tenha informado que deixará o caso.
Em relação às possíveis ações do Brasil, o Ministério da Justiça destacou duas opções: a transferência de execução da pena, que requer acordos entre países, e a extradição, que pode ser solicitada se não houver acordo de transferência.
Carla Zambelli foi condenada por unanimidade pelo STF após ser considerada culpada de orientar o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos. Durante as investigações, seu passaporte foi apreendido, mas posteriormente devolvido, permitindo sua saída do país sem restrições legais.