A brasileira Karina Ailyn Raiol Barbosa, de 28 anos, foi repatriada ao Brasil após ter desaparecido em 2016. O retorno da jovem, que esteve detida em uma região de conflito na Síria, foi confirmado pela Defensoria Pública da União (DPU) nesta quarta-feira (28).
Karina, natural do Pará, saiu do Brasil em 5 de abril de 2016, sem informar aos pais. Na época, a Polícia Federal (PF) revelou que ela embarcou em São Paulo, com escalas em Marrocos e Istambul. O caso foi investigado pela PF e pela Interpol, que buscavam entender se ela havia sido aliciada por grupos extremistas.
Em 2018, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que Karina havia sido detida em uma área controlada pelos curdos no norte da Síria, em meio a tensões envolvendo o Estado Islâmico. Em 2024, a DPU entrou com uma ação na Justiça Federal solicitando assistência ao governo para Karina e seu filho de sete anos, que nasceu enquanto ela estava no Oriente Médio.
Karina chegou ao Brasil na terça-feira (27), acompanhada do filho, e foi recebida no aeroporto internacional de Guarulhos por uma defensora pública e um agente da PF. A família também esteve presente para recebê-los.
De acordo com os familiares, Karina era uma jovem tímida e caseira, que se converteu ao islamismo em 2015. Eles relataram que a última vez que tiveram contato com ela foi no dia 4 de abril de 2016, quando a jovem disse que estava gravando vídeos para um trabalho da faculdade e que dormiria na casa da avó. Após essa ligação, seu telefone ficou fora de área.
A irmã de Karina, Karen Barbosa, expressou preocupação sobre o desaparecimento, afirmando que a família suspeitava que ela poderia ter sido aliciada. Um mês após o desaparecimento, Karina fez uma ligação breve para a família, demonstrando medo e nervosismo.
Após a chegada ao Brasil, Karina e seu filho foram atendidos por uma equipe de saúde em Guarulhos, onde a criança recebeu cuidados médicos devido a um ferimento no pé. A DPU se colocou à disposição para oferecer assistência jurídica e apoio psicológico, conforme necessário.
O g1 buscou atualizações sobre a investigação do caso junto ao Itamaraty e à PF, mas não obteve resposta até o momento.
