Um relatório divulgado pelo D³e – Dados para um Debate Democrático na Educação, revela que, de janeiro de 2001 a dezembro de 2024, o Brasil registrou 42 ataques de violência extrema em escolas. Desses, 27 episódios (64,2%) ocorreram entre março de 2022 e dezembro de 2024. Em 2022, foram 10 ataques, em 2023, 12, e em 2024, 5.
A pesquisa, realizada com apoio da B3 Social e da Fundação José Luiz Setúbal, destaca que armas de fogo e facas foram os principais instrumentos utilizados pelos agressores. Os ataques resultaram em 44 mortes, incluindo 32 alunos e 6 funcionários, além de 113 feridos. A maioria dos autores dos ataques era menor de 18 anos.
Segundo a pesquisadora Telma Vinha, do Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, houve uma evolução nas estratégias de prevenção, mas ainda é necessário um trabalho mais profundo para evitar que jovens se envolvam com extremismo e radicalização online. A pesquisa aponta que a violência niilista, que se manifesta como piada ou desafio, está em ascensão entre os jovens.
Entre os fatores que contribuíram para o aumento dos ataques a partir de 2022 estão a pandemia da Covid-19, a vulnerabilidade social e emocional dos adolescentes e a exposição a conteúdos violentos nas redes sociais. O relatório sugere medidas como a regulação das plataformas digitais e a ampliação dos serviços de psicologia nas escolas para prevenir novos episódios de violência.