O ornitólogo Fernando Igor de Godoy registrou em Campinas (SP) um tuim (Forpus xanthopterygius) com uma rara mutação genética conhecida como cianismo. O fenômeno ocorre quando há perda dos pigmentos carotenoides, responsáveis por cores como amarelo, vermelho e laranja. Sem esses pigmentos, a ave apresenta apenas a melanina, resultando em uma coloração azulada.
O avistamento aconteceu durante a observação de um bando com cerca de oito indivíduos. Em uma das imagens feitas por Fernando, quatro machos aparecem lado a lado, e o indivíduo mais à esquerda se destaca por exibir uma tonalidade azul intensa, bem diferente do padrão da espécie. Fernando explica que normalmente, os machos de tuim apresentam azul restrito às asas e ao dorso.
Casos de cianismo são considerados incomuns na natureza, mas ocorrem com maior frequência em psitacídeos, grupo que inclui araras, papagaios e periquitos. O especialista levantou a hipótese de que o caso poderia estar relacionado a um corante azulado que vazou no rio Jundiaí, mas descartou essa possibilidade, afirmando que se fosse isso, provavelmente haveria outros indivíduos tingidos.
O tuim é a menor ave da família dos papagaios e periquitos no Brasil, medindo cerca de 12 cm e pesando, em média, 26 g. Ele é encontrado do nordeste ao sul do Brasil, chegando ao Paraguai e à Bolívia, e também no alto Amazonas, alcançando Peru e Colômbia.