Pelo segundo dia consecutivo, a população de Natal enfrentou incertezas quanto ao atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reconheceu nesta terça-feira (2) que houve falhas nos plantões médicos nas unidades e atribuiu a ausência de médicos à pressão do sindicato.
Na manhã de terça-feira, postos como Nordelândia e Pompéia, na Zona Norte, amanheceram sem todos os médicos previstos na escala. Também foram registradas ausências em UBSs como Jardim Progresso, Felipe Camarão 2, Vale Dourado e Alecrim. Na UBS Panatis, apenas um médico estava em atendimento, quando deveriam ser quatro.
Em UPAs como a da Cidade da Esperança, a falta de pediatras no início da manhã comprometeu os atendimentos. Embora as escalas tenham sido preenchidas ao longo do dia, houve superlotação e demora no serviço. O secretário Geraldo Pinho afirmou que a situação se agravou após a troca de contratos feita pela SMS, com a substituição da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) por duas novas empresas, Justiz e Proseg, em um contrato emergencial que pode alcançar até R$ 208 milhões.
O secretário também declarou que médicos foram pressionados pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e pela Coopmed a não assumir os atendimentos, o que foi negado pelo presidente do sindicato, Geraldo Ferreira. Ele afirmou que a acusação de coação é inverídica e que as decisões são tomadas em assembleias.
Em resposta à situação, a SMS anunciou que irá denunciar o Sinmed e a Coopmed ao Ministério Público por coação e chantagem.